ABSTRACT
Objetivo: avaliar os efeitos do acetato de medroxiprogesterona na resistência vascular das artérias oftálmica e central da retina medidos por meio do estúdo doplerfuxometrico. Material e métodos: foi realizado ensaio clínico, prospectivo, longitudinal, aleatorizado, controlado com placebo, duplocego, com 216 mulheres na menopausa, sendo que 108 utilizaram acetato de medroxiprogesterona (Grupo Estudo) e 108 placebo (Grupo Controle). No Grupo Estudo, das 108 mulheres que iniciaram o estudo, 92 retomaram após 30 dias para a realização do exame e no Grupo Controle retomaram 93. Foram estudadas as artéria oftálmica e central da retina, determinando-se o índice de resistência (IR), índice de pulsatilidade (lP) e relação sístole/diástole (S/D). As aferições foram feitas antes do início do uso da medicação e 30 dias após seu início. Foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes na comparação das médias entre os grupos e para amostras dependentes na comparação entre as médias dentro do mesmo grupo. Resultados: a comparação das características das mulheres nos dois grupos não mostrou diferenças significantes entre elas, em relação a: idade, tempo de menopausa, índice de massa corpórea, pressão arterial, paridade e frequência cardíaca. O grupo que usou o princípío ativo acetato de medroxiprogesterona apresentou elevação dos IR, IP e S/D, tanto nas artérias oftálmicas como central da retina. No Grupo Controle não houve aumento dos índices avaliados no segundo exame, 30 dias depois. Conclusões: o acetato de medroxiprogesterona apresenta efeito na microvascularização cerebral, determinando uma elevação da resistência vascular nas artérias oftálmicas e centrais da retina, medidos por ultrasonografia Doppler.